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Maria Velho da Costa


Deixou-nos uma das vozes mais ricas da literatura mas que está a cair no esquecimento.

Retirada das lides literárias, o seu último romance, Myra, foi publicado em 2008 e o último livro é uma coletânea de contos de 2012, O amante do Crato. Desde a sua primeira obra, O lugar comum de 1966, que a autora construiu um percurso consistente na literatura e uma voz original que não dá tréguas ao facilitismo. Efetivamente, as suas obras são densas em que a palavra é trabalhada até à exaustão.

Maina Mendes de 1969 é, talvez, o primeiro romance que lhe dá mais visibilidade.

Em 1972, em conjunto com outras duas escritoras, Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno, publica As novas cartas portuguesas. Uma obra em que denunciavam a condição de vida e trabalho das mulheres. Vista como uma obra feminista foi também considerada um ataque ao regime pelo governo de Marcelo Caetano ela denúncia e repressão. Tudo isto levantou reações que culminaram num processo em tribunal conhecido pelo "caso das três Marias".

O seu percurso literário continua já em liberdade, tendo muitos dos seus livros sido distinguidos com os mais variados prémios literários. Referimos a título de exemplo aqueles que foram atribuídos ao conjunto da obra: o Prémio Camões, em 2002, e o Prémio Vida Literária da APE, em 2013. No ato de entrega desta último disse que a literatura não é só "uma arte, um ofício", mas também "a palavra no tempo, na história, no apelo do entusiasmo do que pode ser lido ou ouvido, a busca da beleza ou da exatidão ou da graça do sentir".

Esta mulher faleceu no passado dia 23 de maio.

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