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Centenário de Ruben A.


É preciso morrer para ter talento e receber alguns cobres, A morte é a independência, começam a venerar, depois espetam o primeiro centenário, honras edições especiais, uma morte chorada na província com discursos, começam os discursos.

Quem disse estas estas palavras foi Ruben Andresen Leitão em entrevista ao jornal Diário Popular em 1960. Quem seja esta personalidade, quase ninguém sabe atualmente. Nascido em Lisboa, em 26 de maio de 1920, faria hoje 100 anos e tornou-se conhecido como escritor, assinando como Ruben A.

A sua obra nunca foi muito apreciada, hoje quase desconhecida e pouco lido, daí as suas palavras quase premonitórias. Uma obra que pretendeu ser de ruptura. No seu primeiro romance, que intitulou Caranguejo (1954), revela já essa sua tendência a fugir a regras ao construir uma estrutura narrativa em que se lê a história do fim para o princípio. Ao último (publicado postumamente em 1981) chamou Kaos que sintetiza precisamente esse seu processo criativo. Neste curto percurso literário, cabe citar aquela que foi a sua obra mais conhecida A torre de Barbela (1964) em que trabalha o absurdo.

Morre em 1975 em Londres, Ruben A. deixou uma obra curta. Como ele próprio dizia: “Eu não caibo neste país.” Pode ser que a seguir ao esquecimento venha a descoberta da obra e que, como ele também preconizou na entrevista ao jornal, seja reconhecido "…um certo talento que caiu no património nacional".

Os seus livros andam por aí, esquecidos, à espera de serem descobertos.

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